28 Mai Exposição ao fumo do tabaco piora a função pulmonar de pacientes jovens
Foram analisados seis estudos que usaram o FEV1%
Por Patricia Valerio, PhD
10 de Maio de 2023
A exposição passiva, ou de segunda mão, ao fumo do tabaco levou a uma perda média adicional de 5% da função pulmonar prevista em pacientes jovens com fibrose quística (FQ) comparativamente aos pacientes que não foram expostos, mostram os resultados de um estudo.
Os investigadores analisaram os resultados de seis estudos, que utilizaram um teste clínico conhecido como volume expiratório forçado no primeiro segundo em percentagem do previsto (FEV1% previsto) para medir a função pulmonar em pacientes pediátricos.
“Os resultados podem ser úteis para informar futuros trabalhos de pesquisa em saúde ambiental e reduzir as disparidades no cuidado pediátrico da FQ”, escreveram os investigadores no estudo entitulado “Lung function and secondhand smoke exposure among children with cystic fibrosis: A Bayesian meta-analysis”, que foi publicado no Journal of Cystic Fibrosis.
Vários instrumentos podem ajudar no diagnóstico e monitorização da FQ. Testes de função pulmonar, como o FEV1%, que corresponde à quantidade máxima de ar que um paciente pode expelir com força durante o primeiro segundo após uma inspiração profunda, estão entre eles.
A exposição passiva ao fumo do tabaco – uma combinação do fumo resultante de um produto de tabaco em combustão e do fumo exalado por um fumador – “foi relacionada a uma diminuição do FEV1% previsto” em pacientes jovens com FQ, escreveram os investigadores, observando, no entanto, que “pouco foi feito para juntar as estimativas da associação entre a exposição ao fumo de segunda mão e a diminuição da função pulmonar”, apesar dos estudos disponíveis.
Fumo de segunda mão e função pulmonar em jovens
Investigadores dos Estados Unidos analisaram seis estudos de 1992 a 2022 que incluíam pacientes que ainda não eram adultos. Todos os estudos usaram o FEV1% como medida de resultado para testar a capacidade pulmonar.
Os resultados mostraram uma queda significativa na função pulmonar em pacientes expostos passivamente ao fumo do tabaco. Os pacientes afetados apresentaram uma função pulmonar média prevista de 5,11% menor (medida pelo FEV1%) do que aqueles que não foram expostos.
Os investigadores relataram uma diversidade moderada a grande entre os estudos na análise. Apesar dessas diferenças, os efeitos foram os mesmos – a exposição ao fumo passivo está associada a uma pioria da função pulmonar e sugere que as suas consequências para pacientes jovens com FQ são “clinicamente significativas e heterogéneas”.
Os dados “corroboram a afirmação de que a exposição ao fumo de segunda mão afeta negativamente a função pulmonar”, dizem os investigadores, acrescentando que os estudos representam uma grande percentagem da população dos Estados Unidos de pacientes pediátricos com FQ, mesmo que apenas alguns tenham sido analisados. Assim, os resultados podem ter implicações para apoiar trabalhos de pesquisa para intervenções em saúde ambiental no cuidado pediátrico da FQ, disseram.
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